Crônica publicada anteriormente no antigo Site desativado “São Paulo Minha Cidade” em 05/01/2011
Temos
sempre satisfação em ver que aqueles que estimamos, mesmo não os conhecendo,
fazem com que nos inspiremos em descobrir mais sobre sua personalidade, em
demonstração de admiração. Assim, é muito importante para o santamarense
recordar o bibliográfico e empresário José Mindlin. Minha lembrança deste
ilustre homem acadêmico está ligada à empresa Metal Leve, sendo ele um de seus
fundadores, juntamente com as famílias Gleich, Lafer e Klabin, e que responde,
na atualidade, pela razão social MAHLE Metal Leve S.A. de mudança definitiva
para Itajubá, Minas Gerais. A empresa estava localizada à Rua Basílio Luz, nº.
535, sempre repleta de operários que buscavam colocações nesta conceituada
indústria.
Trabalhei
com várias empresas do ramo automotivo que desenvolviam pistões, blocos e
cabeçotes de motores. Quando jovem, “recém-saído” das fileiras de formandos pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI, uma das empresas que mais
atraia os interesses dos jovens recém-formados era a Metal Leve. Fui um dos que
pleitearam estar entre as fileiras do quadro de colaboradores, pois possuía um
campo vasto de aprendizagem apoiado por um afamado departamento técnico de
desenvolvimento.
Eu havia iniciado minha carreira profissional na Eletromar, uma empresa de
material elétrico que fabricou as primeiras luminárias de nome
"pétalas" para iluminar as Avenidas Marginais, que, ainda hoje, são
vistas em sua extensão. Esta empresa estava situada no final da Rua Amador
Bueno, em Santo Amaro, depois adquirida pela Westinghouse. Vizinha a esta
estava a INBEL S.A., que tinha como referência a fabricação de eletrônicos para
armamento bélico, que abastecia os equipamentos da ENGESA, fabricante de
tanques e lançadores de mísseis, e, por vezes, era visitada pelo exército. Na
Rua Engenheiro Francisco Pitta Brito, nº. 138, estava localizada a Companhia
Metalúrgica Prada que fabricava latas para alimentação. Neste mesmo circuito,
estava a Hartmann-Braun, que produzia material de controle eletrônico, e na
outra esquina, estava a empresa Laboratórios Lepetit, do Grupo Dow Chemical,
que, após a desocupação, foi usado ainda pela Casa Cor Paulista, e, na
atualidade, foi completamente demolido para dar espaço a prédios imobiliários.
Na Rua Amador Bueno, havia ainda a Burroughs Eletrônica Ltda, de máquinas de
escritório, tornando-se depois depósito de ponta de estoque da loja de
departamentos Mappin, e também ocupado pela Natura, da área de cosméticos.
Nós,
recém-formados, queríamos integrar nas melhores empresas de Santo Amaro, onde
se incluía a Metal Leve, mas as contingências da vida fizeram-me enveredar para
o campo siderúrgico. Havia feito testes na Metal Leve e também na Fornos
Industriais Pyro Ltda, na Rua Amador Bueno, nº. 219, no local que anteriormente
havia sido o galpão da Erwal, válvulas industriais, em frente a Amortex, de
peças automotivas, e que hoje é o Poupa Tempo de Santo Amaro. Optei pela
segunda empresa que havia oferecido alguns benefícios extras.
Eu
havia saído do SENAI, onde fui "treinado para produzir", e, na mesma
época, havia sido instituído o regime de exceção, com "pressa" de
desenvolvimento a qualquer custo, com a implementação do PNDE (Plano Nacional
de Desenvolvimento Econômico), formavam-se homens de grande capacidade técnica
e pouca formação intelectual, que pudesse influir nos destinos dos interesses
do país. Nos murais estudantis os jovens eram procurados para completar o
quadro de mão-de-obra especializada, sendo o nosso entusiasmo juvenil o único
poder que possuíamos.
Como precisava dar complemento à minha vida estudantil e trabalhista à empresa
a qual optei, estava nas proximidades do Largo Treze de Maio, onde fervilhava
toda informação necessária aos jovens, ávidos de saber. Fiz o
"vestibulinho" para ingressar em escola pública para complementação
dos meus estudos, mas a Secretaria da Educação, à época representada pela
digníssima professora Esther de Figueiredo Ferraz, irmã do prefeito de São
Paulo, decretou que jovens acima dos 18 anos não poderiam cursar o ensino
gratuito do Estado. Mesmo assim insisti e fiz os exames seletivos, sendo
obrigado a entrar com "mandato de segurança" para exercer o direito em
concluir o ensino médio no Colégio Melvin Jones, na Avenida de Pinedo, na
Capela do Socorro, onde estudei no período noturno.
Santo
Amaro, dentro deste perímetro, era um dos maiores pólos industriais existentes,
como outros tantos bairros tiveram este mesmo privilégio, citando o Brás,
Mooca, Lapa, que também possuía um pólo industrial fortíssimo, sendo o reflexo
da industrialização de São Paulo, uma gama de empresas que fariam inveja a
qualquer pólo industrial de várias localidades, e que depois se deslocou para a
região do ABC. Possuía um vasto campo de indústrias em todos os setores
imagináveis, desde Avon Cosméticos, que foi instalada primeiramente na Avenida
João Dias, onde depois se tornou cursinho estudantil, mudando-se posteriormente
para Avenida Interlagos, nº. 4300. Outras, também na mesma avenida, foram
pioneiras, e, um destes marcos, sem dúvida, foi representado pela SEMP, fixada
na região desde 1942, tornando-se satélite da multinacional Toshiba, e prestes
a sair de Santo Amaro, em direção ao interior paulista. A SEMP rivalizou, por
muito tempo, pelo mercado de televisores com a Sharp, localizada na Estrada do
Campo Limpo, também na região de Santo Amaro.
Do
lado oposto da Avenida João Dias, havia a antiga Hoover, onde o galpão alojou
mais tarde a Pial Legrand, do ramo elétrico, e onde muitos técnicos do setor
recebiam certificação para utilização de seus produtos. Depois se instalou
próximo ao Laboratório Squibb, a empresa Filtrona, mudando depois para a
Avenida Guarapiranga. Havia também na Avenida João Dias, a Requipe, guincho em
geral para transporte de grandes equipamentos, da família Grassmann, hoje
estacionamento de veículos.
A Kodak adquiriu, na Avenida João Dias, na Praça Adão Helfenstein, a empresa
fabricante de material fotográfico, a única na América Latina a fabricar papel
especial para o ramo de fotografia no período da segunda guerra, com
conhecimentos de um alemão erradicado na região e que foi também idealizador do
que se tornou mais tarde Fundação Conrado Wessel, depois mudando-se para São
Jose dos Campos e por um bom tempo se tornou a Faculdade Radial.
Na
Avenida Nações Unidas concentravam-se um número considerável de empresas
multinacionais e algumas "teimosas" empresas nacionais, para
facilitar as saídas rodoviárias pelo fluxo das Marginais dos Rios Pinheiros e
Tietê, acesso às Vias Dutra, Castelo Branco, Fernão Dias, e, mais tarde, pela
Airton Senna, uma rodovia mais recente.
Indo para a região de Interlagos, tínhamos uma gama de grandes indústrias, como
a Brasimet, de tratamento térmico, e a Brasinter, de buchas industriais
"sinterizadas", pó prensado em alta temperatura de alta resistência
mecânica. Mais à frente, encontrávamos com a potente Caterpillar americana, do
ramo de escavadeiras, terraplenagem, ladeada pela MWM Motores Diesel, que
abastecia o mercado interno com motores de caminhões e ônibus da Mercedes Benz
do Brasil, onde a empresa Sofunge, onde trabalhei na Vila Anastácio, que
enviava, por exemplo, o bloco e cabeçote do caminhão MB 608, e o mesmo era todo
montado em menos de sete minutos, pronto para montar no chassi, e usar no
mercado interno ou exportá-lo, situada nas proximidades da multinacional
Sandvik do Brasil de produção de ferramentas de corte standard de aços nobres,
e ainda mais a frente estava a empresa alemã de rolamentos FAG tendo como
concorrente a Ina-Schaeffler, nas proximidades do SENAI Ari Torres. Do lado
oposto estava a Hister Empilhadeiras e a empresa francesa Telemecanique e,
próximo à transversal da Avenida Interlagos, estavam grandes empresas como a
Villares, que abastecia o mercado com equipamento siderúrgico, e a Atlas
Elevadores, e, do lado oposto, situava-se também uma área física onde havia
deposito de material radioativo e que falavam pertencer a Nuclebras.
O
Brasil aparecia no nome estampado no logotipo, praxe de muitas indústrias
multinacionais. Muitas outras empresas sustentavam a produção das maiores, que,
por sua vez, eram suportes das pequenas indústrias locais, em que muitas eram
intituladas de "bocas de porco", o que hoje seriam as microempresas
Muitas
destas citadas foram os sustentáculos do Parque Industrial de Santo Amaro: a
Atlas Copco, nas proximidades da Ponte do Socorro, fabricante de compressores
para ar comprimido, além da Albarus Sistemas Hidráulico e Transmissões Industriais,
que se localizava na Avenida De Pinedo, nº. 478, em frente à antiga Rua dos
Italianos, depois alterada para Rua Amaro Luz, onde se situava a Positron
Eaton, incorporada mais tarde pela Brown-Boveri; hoje o galpão é ocupado pela
Unilever.
Mais à frente, na Rua dos Inocentes, havia uma pequena empresa de linha de
fusão de zamak para peças de fogão, e das primeiras fichas telefônicas, de nome
FONTAMAC que concorria, com as devidas proporções, com a Magal, a poderosa do
ramo de carburadores automotivos, na Chácara Santo Antônio, na Rua Américo
Brasiliense, próximo a Seecil Ringsdorff, fabricantes de escovas de carvão para
motores.
No
sentido oposto da Avenida Guarapiranga estava à empresa de alimentação
Kellogg’s, que fabricava salgadinhos, uma "novidade" para muitos,
pois o país vendia quase tudo a granel. Não havia distância de um quilômetro
que não houvesse uma indústria Sintaryc na região, de cerâmicas. Pelo caminho,
deparávamos com a Bera do ramo de fundidos de ligas de baixa densidade; depois,
mais adiante, a Monark, outra empresa que absorvia boa parte do contingente de
trabalhadores, no ramo de bicicletas concorrente da não menos famosa Caloi, na
Avenida Guido Caloi, nº. 1331.
Fazemos
uma ressalva: pena que a ciclovia na Margem do Rio Pinheiros, chegou ao final
da primeira década do século XXI, quando as empresas foram embora de Santo
Amaro; mas o que hoje parece ser um grande atrativo aos ciclistas, foi por
muito tempo a "primeira estrada ciclística de trabalhadores" que
alimentava a mão-de-obra de muitas empresas que margeavam o Rio Pinheiros; a
"novidade atual" não é tanto como foi alardeada na mídia, pois foi a
ciclovia dos trabalhadores locais, onde a bicicleta foi o meio de transporte
mais utilizado, logicamente não com a estrutura da atualidade.
Lembro
que meu pai trabalhava nas imediações da Avenida Paulista e pedalava todos os
dias pela "Margem do Rio Pinheiros", anteriormente às Marginais,
inexistentes à época, e nos seus apetrechos havia o "Michelin", para
remendo das câmeras de ar dos pneus, chaves de todos os tipos, e uma capa de
plástico para chuva, e umas presilhas colocadas nas pernas para evitar que as
calças "lambuzassem" de graxa ou que as calças prendessem na
corrente.
Ao
seu lado, até certa distância era acompanhado pelo seu amigo Abel Costa que
trabalhava na Chácara Santo Antonio na Canco, fabricante, como a citada Prada,
de latas de óleo em chapas de folha-de-flandres, que depois foi incorporada
pela Rheem Metalúrgica S.A., que fez parte das "grandes fabricantes de latas
de aço do País", juntamente com a Metalúrgica Matarazzo.
Muitas
indústrias estavam nesse pólo industrial e que fazia parte deste universo
fabril, como a Alfa Laval, fabricante de equipamentos alimentícios, como
centrifugas de sucos e equipamentos para empresas de laticínios. A Bayer, outra
força do setor farmacêutico alemão dos mais poderosos do mundo e que por muito
tempo rivalizou com a Squibb Brasil, que ultimamente passou ao controle do
Laboratório Prodotti e boa parte de sua estrutura já foi demolida. No ápice da
produção farmacêutica houve a implantação da Ciba que, muito tempo depois, com
associação empresarial, tornou-se Ciba-Geigy Química, ainda um marco na Avenida
Santo Amaro, onde minha tia Odete trabalhava no controle de medicamentos, e
onde em frente havia o "Juizado de Menores", hoje área a ser demolida
para dar passagem a linha 5 do metrô, que ligará a Chácara Klabin ao Largo
Treze, em Santo Amaro, onde haverá um pátio das composições.
A fábrica de Baterias Durex era vizinha da Kibon, liderança em picolés que
fizeram a alegria de muitos, e da palha de aço Bombril, que ocupava um
"bom lugar" de indústrias na região do Brooklin, além de também haver
uma das mais afamadas no ramo alimentício, a Lacta, da família de Ademar de
Barros, interventor e governador do Estado de São Paulo, além da Micronal,
aparelhos especiais, e Lier, do ramo de instrumentação na Rua São Sebastião, e
a Arbame representava a indústria de materiais elétricos.
A mais emblemática de todas na região do Brooklin, foi a empresa Orquima, em
plena Avenida Santo Amaro, que tentava desenvolver-se como uma indústria na
fabricação de compostos e produtos utilizados em indústrias de alta-tecnologia
das indústrias nucleares, que hoje possui lixo radioativo na confluência da
Avenida Interlagos com Avenida Nações Unidas, sem solução para os resíduos.
Muitas
se mudaram para o interior bem antes da crise dos anos 80, como as de Fundição
Eletro Alloy, que, devido à implantação do Centro Empresarial de São Paulo ser
implantado na região, tiveram as instalações desativadas, restando ainda, na
Avenida Maria Coelho Aguiar, o que foi um dia o setor de recursos humanos. As
pioneiras do setor plástico pertenciam aos santamarenses de costado da família
Dias, com o nome de Plásticos York, que ainda possui a área física como antes
entre as Avenida Rio Branco e Tenente Cel. Carlos Silva Araújo. Sem contar a
falência de uma das empresas deslocadas após o Rio Pinheiros que foi a
Pirâmides Brasília S/A, ou simplesmente Piraspuma, que, por muito tempo, teve seu
clube nas imediações da Avenida João Dias, e produzia matéria-prima para
colchões e plástico, época do auge dos produtos plásticos, e que hoje é
representada prela Lalekla Dixie, na Avenida Guido Caloi. Sem contar a que
fabricava lâminas plásticas como a Plavinil, próxima à Fieltex, tecelagem com
fibras sintéticas, que se localizava na Avenida das Nações Unidas, 20177, ambas
prestes a serem incorporadas pelo setor imobiliário que amplia seus interesses
nestes antigos galpões.
A
Walita teve papel de desenvolvimento na região, e estava localizada na Rua
Professor Campos de Oliveira, nº. 605, em Santo Amaro. A Q'Refresco, na Ponte
do Socorro, foi demolida atualmente para dar espaço ao setor imobiliário, já
que ficava na saída da ponte para a Marginal do Rio Pinheiros.
Horasa
estava situada na Rua Isabel Schmidt, onde se fabricava os cucos em madeira
maciça, e, mais tarde, com o advento tardio da produção automobilística,
começou a abastecer as indústrias montadoras de automóveis com componentes dos
painéis; hoje acolhe as instalações da Faculdade Unisa, assim como os
tacógrafos VDO, controladores de velocidade usado muito em ônibus e caminhões,
atualmente sede de subprefeitura municipal na Avenida Guarapiranga.
Outra
empresa que aos poucos foi sendo incorporada pelas multinacionais do setor
automotivo em motores de arranque e alternadores foi a empresa WAPSA, que
completou os interesses deste setor pela empresa alemã Bosch, e atualmente é um
galpão que podemos denominar de "elefante branco", alguma coisa gigante,
mas de lentidão de uso para função de utilidade, que irá futuramente ser
demolido como tantos, inclusive seu vizinho fabricante de móveis de escritório,
a Giroflex, que mudou-se para o Taboão da Serra, incentivada pelos subsídios
fiscais da localidade.
Próximo
destas estava a empresa Forin Comercial, que fornecia, para equipamentos para
uso industrial, peças e acessórios, localizada na Rua Bragança Paulista,
próximo ao Tom Brasil, hoje casa de eventos HSBC.
A Phillips, na década de 70, construiu seu centro de controle no meio do mato,
após o Rio Pinheiros, que custou muito a ousadia sendo demitida a gerência pela
multinacional holandesa. Hoje o local está entre os prédios dos empreendimentos
do Panamby, área considerada nobre para o setor imobiliário. Seu
"escritório base" era dirigido pela instituição na Alexandre Dumas,
nº. 2100, próximo ao primeiro Carrefour fundado no Brasil, na Chácara Santo
Antonio, que forneceu a estrutura financeira para os demais.
Não
se pode esquecer-se de citar que havia na Avenida Sabará a empresa Silvanya
Brasil Iluminação, e, também, a Empresa Mello Máquinas e Equipamentos, na
Avenida Nossa Senhora do Sabará, 1822, fabricante de máquinas afiadoras e
retificadoras de ferramentas.
Hoje,
se discute nas câmaras representativas do governo, a possibilidade de passar
para 40 horas trabalhadas, coisa impensável quando da industrialização tardia
iniciado na década de 30, explodindo sua expansão na década de 50 e culminando
com pólos de indústrias de base da década de 70. Era um burburinho de pessoas
com grande circulação para cima e para baixo e o ápice da produção elevava
salários ofertados para a classe operária, melhorava a condição de aquisição de
bens, estes mesmos bens que se produziam nas fábricas. Vieram às crises mundiais
e, de repente, as grandes empresas se tornavam automatizadas, sem necessitar de
uma quantidade elevada de operários. Deste modo, muitos que, nos tempos áureos,
deveriam ter se especializado em outros campos, aprimorando seus níveis de
conhecimento, não fizeram.
Pela
pressa em adaptar o homem à máquina, fazendo o trabalhador mero apertador de
botões verde e vermelho, do liga-desliga, já não era necessário este tipo de
operador, pois as máquinas estavam produzindo sozinhas com seus robôs
automatizados. Outra agravante eram as constantes paralisações incentivadas por
controladores de massa, onde se obrigou uma descentralização de empresas para
outras praças do interior paulista e até em outros estados. Os dejetos daquela
industrialização a todo custo foram lançados in natura na fossa que se tornou o
Rio Pinheiros, e a massa proletária não acompanhou o desenvolvimento, ou
melhor, não quiseram dividir o crescimento do bolo.
As
indústrias foram embora e deixaram um contingente de mão-de-obra obsoleta para
o modelo atual; não reciclaram a capacidade produtora humana, onde o proletário
continuou com o mesmo modelo reprodutor.
As estruturas hoje são outras, a disputa acirrada pelo mercado de trabalho,
exige, além de qualificação, poder de conhecimento, através dos livros, que
José Mindlin, da Metal Leve, tanto amou e ofertou a USP e ao deleite de quem
os, porventura, quiserem ler.
Pode
haver outras tantas indústrias que foram omitidas, não por serem menos
importantes, mas por estarem em outro núcleo, em outro espaço industrial, foram
também tão ou mais importantes na vida de cada operário que se entregou de
corpo e alma acreditando poder melhorar cada dia mais, no incentivo às demais
gerações, proles destes incansáveis trabalhadores, que contribuíram para um
estágio maior de fartura para o desenvolvimento do Brasil em busca de sua
liberdade social!
Depois
de muito tempo fazendo parte dessa industrialização, Santo Amaro possui hoje
uma nova fase, novo ciclo, e se não está completamente desindustrializada, não
há retorno no movimento histórico, mas uma transformação de interesses no
crescimento e expansão da Cidade de São Paulo.
Muitas
outras participaram deste processo e sucumbiram a nova ordem econômica da
globalização, mas fizeram seu papel da expansão das indústrias de São Paulo.
OBSERVAÇÃO: