segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O PAPA ESPANHOL QUE QUIS LUDIBRIAR PORTUGAL NAS TERRAS DA AMÉRICA DEIXANDO PORTUGAL “A VER NAVIOS”!


...E TUDO COMEÇOU NA ITÁLIA!

Os Bórgia ou Borja era uma família hispano-italiana que se tornou influente durante o Renascimento.
Origens de Rodrigo Bórgia, O Papa Alexandre VI
Rodrigo Bórgia nasceu no dia 1º de janeiro de 1431/32, na cidade de Xátiva, Espanha. Ele afirmava que sua família era descendente de um ramo da dinastia de Aragão. A família Bórgia era considerada parte da nobreza menor, pois havia exercido funções em cargos de influência local.
A influência da família Bórgia cresceu a partir da escalada social realizada pelo tio de Rodrigo, Alonso Bórgia.
Alonso tornou-se cardeal em 1444 e depois foi eleito papa da Igreja com o nome de Calisto III. Assumindo o cargo fez o possível para aumentar a influência da família Bórgia no meio social.
Pela influência de Alonso, Rodrigo Bórgia mudou-se para a Itália em 1449. Calisto III fez de seu sobrinho cardeal em 1456, vice-chanceler em 1457, além de bispo de Valência e capitão das tropas papais. Começava o crescimento da influência de Rodrigo Bórgia.
Nas décadas seguintes, Rodrigo Bórgia manteve sua influência nos meios políticos da Igreja Católica. Rodrigo constituiu família com Vanozza dei Cattanei, com quem teve quatro filhos: César (nascido em 1475), Giovanni (nascido em 1476), Lucrécia (nascida em 1480) e Jofre (nascido em 1481). Outra amante bastante conhecida de Rodrigo foi Giulia Farnese.
Rodrigo Bórgia foi eleito papa em 1492 no conclave realizado após a morte do papa Inocêncio VIII. Há evidências que a eleição de Rodrigo foi comprada na madrugada do dia 10 para 11 de agosto com a ajuda de seu aliado, o cardeal Ascânio Sforza.
Os anos do papado de Alexandre VI foram marcados pelas manobras políticas com as lideranças da época, corrupção e muitas polêmicas em torno do assassinato de adversários por envenenamento.
Alexandre VI foi acusado inúmeras vezes de "simonia" (venda de cargos eclesiásticos) por seus adversários e fez uso do "nepotismo" ao nomear seu filho César como cardeal em 1493.
(Nepotismo, do latim nepos, sobrinho, neto, ou descendente, sendo incorporado a língua latina como termo para designar o favorecimento de parentes, ou amigos próximos.)
Atuou na determinação da divisão da América, que havia sido “descoberta” em 1492 na expedição de Cristóvão Colombo. O acordo com a Coroa espanhola estipulava benefícios ao seu filho, Giovanni Bórgia, que foi reconhecido como duque de Gandia. Em troca, a Coroa espanhola recebeu do papa uma bula que os autorizava a possuir todas as terras do novo continente.
Depois da chegada de Cristóvão Colombo à América em 1492, a corte espanhola começou a se preocupar em proteger legalmente os territórios "recém-descobertos" e os portugueses sentiram-se ameaçados. O rei espanhol Fernando II de Aragão pediu intercedência do papa Alexandre VI, que usou a ilha de Açores como referência.
O Papa foi árbitro entre Espanha e Portugal, que disputavam entre si a respeito das terras recém-descobertas e por descobrir.
Na Bula Inter Coetera de 4 de maio de 1493, o Papa traçou uma linha imaginária de um a outro polo do globo, passando a cem léguas a Oeste da mais ocidental chamada linha Vaticana ou de Alexandre VI).

Tal linha dividiria o planeta em duas partes, atribuindo ao rei Fernando o Católico, de Espanha, as terras do Oeste da linha e a Portugal as do Leste. Na América do Sul, isso significa a totalidade das terras em benefício da Espanha e Portugal não teria a posse alguma em terras na "recém-descoberta" América.
Houve ameaça militar e econômica por parte da coroa portuguesa que pediu a revisão do acordo. Para evitar conflitos, as duas nações abriram negociações para estabelecer um novo tratado que deveria contemplar os interesses dos dois. No dia 7 de julho de 1494, o Tratado de Tordesilhas traçou novos limites e com o novo acordo, todas as terras descobertas até o limite de 370 léguas a oeste da Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, seriam de domínio português, sendo as restantes de posse espanhola.

Com esse novo acordo, Portugal assegurou sua autoridade sobre parte dos territórios americano, mais precisamente parte do Brasil. Pelo acordo com alguns mapas de então, o território português no Brasil começava próximo onde atualmente se encontra Belém, no Pará, e descia em linha reta até perto de Laguna, em Santa Catarina.
O Papa Alexandre VI, passaria a fazer parte da história do Brasil, mesmo com toda sua insensatez de manter-se no poder pela luxuria, simonia e crueldade!
A morte de Alexandre em 18 de agosto de 1503, findou com a hegemonia da família Bórgia, pelo acúmulo de inimigos por toda a Itália e talvez principiando o protestantismo na Europa através de Martinho Lutero, um monge agostiniano e professor de teologia, de origem alemã, que em 31 de outubro de 1517 publicou 95 Teses da reforma da igreja na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, mas isso é uma outra história...



Mapas ilustrativos extraídos da internet.

Sujeito a revisão sem prévio aviso!

A Revolução Industrial e o quinhão ofertado ao homem!


Do controle motriz ao controle mental das massas

A 1ª Revolução Industrial foi construída com a máquina a vapor e a utilização do carvão (mineral e vegetal) como fonte de energia e fixou-se a data de 1760 como início.
A necessidade humana para a produção era fundamental.
A 2ª Revolução Industrial foi construída com a utilização do petróleo como fonte de energia somado com o desenvolvimento da eletricidade, e fixou-se a data de 1860 como início.
A necessidade humana para a produção era fundamental.
A 3ª Revolução Industrial foi construída no século 20, impulsionada por tecnologia de duas guerras mundiais sendo desenvolvida a eletrônica, as comunicações, os satélites, o computador, e a tecnologia da informação.
A necessidade humana para a produção precisava ter alguma especialização.
A 4ª Revolução Industrial em andamento ocorre com tecnologias como computação cognitiva, inteligência artificial, “realidade” virtual, computadores de alto nível, blockchain (transações com moeda virtual), veículos autônomos e indústrias inteligentes com produção robotizada.
A necessidade humana para a produção precisa ter alta especialização.
A 5ª Revolução Industrial expande as comunicações móveis, interligações globais, com cidades inteligentes (núcleos com bases de controle) e tecnologia médica de ponta que escaneia um corpo físico com diagnóstico imediato que identifica quaisquer anomalias.
A necessidade humana para a produção precisa ter especialização específica.
Tudo isso foi um processo que "desativou" (ou descartou?) a necessidade do homem nessa cadeia produtiva, ou seja, as máquinas até o século 20 necessitava um contingente humano para gerar produção dos botões verde e vermelho “do liga e desliga”.
Hoje há pouca necessidade física e necessário muito conhecimento. A população mundial está interligada com seus smartphones, armazenam tudo o que acontece ao redor, fala-se instantaneamente com a internet de alta velocidade e aplicativos. Ter conhecimento é saber como fazer do braçal hardware para o controle software. Poucos conseguiram esse avanço e detém o “soft” e aos muitos outros sobrou o “hard” da produção!
Ao que o homem será capaz de atingir de tecnologia para interesses próprios é inimaginável, mas uma coisa pode-se “diagnosticar”: a Terra será para bem poucos...muitos serão chamados e poucos escolhidos...o homem foi criado semelhante, não igual!!!
Se a massa humana conseguir ter o que comer “ração” no futuro, que se considere satisfeito por isso!!!

domingo, 24 de novembro de 2019

Automóvel Club de São Paulo: Um dos Palacetes Prates, São Paulo/SP

Nossos avós viram São Paulo de um jeito, nós de outro...como verão os que virão?

Durante vários anos o Automóvel Clube funcionou num dos palacetes gêmeos do Conde Eduardo da Silva Prates. Era o que ficava mais próximo ao viaduto do Chá. Essa construção foi demolida no início dos anos 50 para dar lugar ao edifício Conde Prates.
Estava situado na Rua Líbero Badaró nº 46 em terreno de 16x30 metros, para edificar um prédio de três andares, com todo o luxo e conforto possíveis: salão de leitura, salão de dança, salão de recepção, restaurante, salão de chá para famílias, sala para bilhar, sala de jogos, barbeiro. O Automóvel Club de São Paulo contava inicialmente 230 sócios. O prédio foi demolido no início dos anos 50.

Eduardo da Silva Prates, primeiro conde de Prates (São Paulo, 8 de novembro de 1860 - São Paulo, 22 de março de 1928) foi um negociante (empresário) brasileiro, dedicado aos ramos imobiliário, bancário e férreo. Filho do Dr. Fidêncio Nepomuceno Prates e de Dona Inocência da Silva Prates, filha do Barão de Antonina. Sentindo muito cedo pendores e inclinação pela vida comercial, devotou-se do ramo dos negócios ao qual emprestou o seu espírito dinâmico e a sua invulgar capacidade de trabalho. Desposando a senhora Antônia dos Santos Silva, de velha estirpe paulista, depois Condessa de Prates, filha do Barão de Itapetininga e da Baronesa de Tatuí, família das mais nobres e honrosas tradições brasileiras, o Conde alargou o seu campo de atividades, tornando-se adiantado agricultor e diligente pecuarista.














Edifício Conde de Prates (atual)
O prédio foi projetado pelo arquiteto italiano radicado em São Paulo, Giancarlo Palanti e suas obras foram executadas pela Construtora Alfredo Mathias Ltda. Inaugurado em 1955, oferecia 80 vagas para automóveis e elevadores e foi anunciado pela construtora e incorporadora Segurança Imobiliária no dia 23 de novembro de 1948. O edifício Conde Prates era um dos mais altos do centro de São Paulo ao ser inaugurado, em 1955.
Endereço = Rua Líbero Badaró esquina com Viaduto do Chá
Arquiteto = Giancarlo Palanti
Projeto = de 1952
Construtora= Alfredo Matias Ltda.
Locação = Edifício para Escritórios
Pavimentos = 33 andares, com 3 pavimentos
Altura = 112 metros
Construção = 1952
Inauguração= 1955

Ref.:

Matéria jornalística O Estado de S. Paulo - 23 de novembro de 1948 e 30 de julho de 1950

As Várias Divisas Territoriais do Antigo Município de Santo Amaro no Século 19 e Início do 20


(transcrito conforme época)

Santo Amaro. – Antigo aldeamento de índios Guayanases, com a denominação de Ibirapoera, e onde depois foi fundada a Colonia Allemã de Santo Amaro.

Distrito de Paz -................................
Município – Decreto de 10 de julho de 1832.
Divisas: Do relatório do dr. Nabuco de Araujo, 1852, consta que o municipio de Santo Amaro tem divisas incontestadas:

*Com a freguesia da Sé, pelo ribeirão da Traição acima, desde o ponto em que atravessa a estrada até suas primeiras vertentes e dahi seguindo até chegar à Cruz das Almas, na estrada do Carros, a buscar o sítio do Capitão André Cursino, e dahi a rumo do SUL, pela estrada que vai ao Curral Grande, sítio de Antonio de Medeiros, seguindo a estrada dos Carros até a encruzilhada do Pinhahiba, onde toca-se com a recta que, seguindo pelo morro Vermelho, divide a Sé da freguezia de S. Bernardo.
*Com S. Bernardo divide-se caminhando pela estrada do Guacury, na ponte e córrego no rio Juribatuva, e por ele a dar no rio Grande, onde faz barra o rio Pequeno, a dahi em linha recta à serra do Mar.
*Com Santa Ephigenia e Cutia pelo ribeirão da Traição abaixo até fazer barra com o rio dos Pinheiros, e atravessando este a rumo direito a procurar a encruzilhada do caminho que vai da cidade de S. Paulo a MBoy, até encontrar o rio MBoy-Mirim.
*Com Itapecerica, seguindo da ponte que fica no caminho mencionado rio abaixo, até outra ponte do MBoy-Mirim, no caminho de Bonguassu, e por elle a ponte do Jasseguava e desta ponte, rio acima, até as suas nascentes, e dahi, em linha reta, até a serra do Mar, pertencendo a Santo Amaro os moradores que ficam aquém da Serra.
A lei n. 2 de 22 de janeiro de 1842 assim marcou as divisas entre este município e o de S. Bernardo:

“Pela estrada do Guacury, estendendo-se para o Norte, até confinar com os limites da freguesia da Sé, e para o Sul até o rio Grande e dahi, em linha reta, até a serra do Mar, compreendendo os povos do rio acima”.
A de n. 23 de 1 de maio de 1854, alterando as divisas entre a freguesia da Sé, S, Bernardo e Santo Amaro, declarou: “Pelo lado da Sé, partindo do Ypiranga de cima, pela estrada que vae pelo Curral Pequeno, até encontrar a que vem de Santo Amaro para S. Bernardo; e pelo lado desta freguesia, seguindo pela referida estrada, até o ribeirão do Curral Grande, e dahi à rumo direito até o morro Gonçalinho, na estrada que vai para o Alvarenga, e seguindo esta até o barranco do rio Grande Jurubatuba”.
A de n. 89 de 18 de Abril de 1870 declarou que o sitio de Joaquim Honorato de Camargo, de que já três partes pertencem a Santo Amaro, fica desmembrado totalmente do Districto de Santa Ephigenia e anexado ao de Santo Amaro.
A de n. 62 de 4 de Maio de 1879 desligou do Districto de S. Bernardo para anexar ao de Santo Amaro os sítios de Salvador Barbosa de Moraes, Julio Julien, João Pires do Espirito Santo, Francisco José Domingues, Manoel Baptista da Luz, João Mariano da Silva, Lourenço da Silva Dias, Fortunato Pereira de Macedo, Graciano Maria Lopes, Jacintho Branco de Araujo, Antonio Barbosa de Moraes, Marcellino de S. Anna, Seraphin Rodrigues do Prado, Cecilio Antonio Pedroso, Felisbino Antonio Pedroso, José Bento Rodrigues, João Antonio Domingues, Manoel Domingues do Prado, Amaro Bento Domingues Escudeiro, Jacyntho Pereira da Silva, Joaquin Josá da Silva, Guilhermino João de Escudeiro, Cypriano Benedicto de Moraes, João José Domingues, Amaro Gomes da Silva, José Antonio de Escudeiro, Lino Eulalio Fernandes, Jorge Zilles, Antonio Domingues do Prado, Benedicto Fernandes, Francico Mendes Rodrigues, João Alves de Souza, Firmino Alves de Escudeiro e Antonio José da Silva.
A mesma lei desligou do Districto da Consolação para anexar a Santo Amaro o sitio de João José da Silva. Esta disposição foi revogada pela lei n. 57 de 28 de Fevereiro de 1881.
A de n. 771 de 1 de Junho 1901 estabelecendo as divisas do município da Capital, declarou que com o de Santo Amaro seria: “Pelo alto do espigão que limita, pelo lado esquerdo do rio Ypiranga, os vales deste rio e do ribeirão de Cupecê, desde o ponto mais alto do serrote que fica fronteiro a cabeceira do rio Ypiranga e onde termina a linha divisória entre os municípios de São Bernardo e Santo Amaro, até a cabeceira do galho mais septentrional do ribeirão da Traição, passando pela estação do Encontro, da linha férrea de Santo Amaro, que fica pertencente ao município da Capital 4e por este galho e pelo referido ribeirão da Traição abaixo até sua foz no rio dos Pinheiros, deste ponto, por uma recta, até o ponto mais alto do Morro do Jaguarahé, no espigão que divide as aguas do rio Carapicuiba e Jaguarahé”.
A de n. 804 de 9 de Outubro do mesmo anno estabelecendo as divisas do município de S. Bernardo, declarou que com Santo Amaro seriam: “Pelo rio dos Monos acima deste ponto deste rio na quebrada da linha do cume da serra de Paranapiacaba, onde termina a linha divisória com o município de Conceição de Itanhem até o ponto mais próximo a cabeceira do córrego Preto e desse ponto, por uma linha recta, até a referida cabeceira do córrego Preto e por este córrego abaixo, ate a sua foz no ribeirão Taquecetuba, por este ribeirão abaixo até sua foz no rio Grande, e por este rio abaixo até a foz do ribeirão dos Alvarengas; deste ponto por uma linha recta, até o ponto mais alto do serrote que fica fronteiro a cabeceira do rio Ypiranga”.



Referências:
Divisão Administrativa e Divisa Municipaes ou Relação de Actos dos Poderes Legislativo e Executivo, marcando as divisas do municípios e respectivos districtos de paz do Estado de S. Paulo. Organisado por José Jacintho Ribeiro, 2º Official da Repartiçao de Estatistica e Archivo do Estado de S. Paulo, 1908.

Divisão Administrativa e Divisa Municipaes do Estado de São Paulo. Repartição de Estatistica e Archivo do Estado de São Paulo. Director Dr. Adolpho Botelho de Abreu Sampaio. Typ. “Diario Official”, 1915

Pesquisa no AHSP

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Os meios de transporte que existiram (e existem) na Região de Santo Amaro - São Paulo


A LOCOMOÇÃO HUMANA UMA NECESSIDADE PERMANENTE

BICICLETA: veículo composto de estrutura de ferro com duas rodas iguais comandada por um “guidão” era usado para ir ao trabalho.  Foto abaixo onde hoje se localiza o Extra da João Dias



TREM A VAPOR (chamado também de locomotiva) possuía um motor que queimava madeira e aquecia água numa caldeira e produzia movimento sobre trilhos de ferro (ferrovia). Existiu em Santo Amaro de 1886 a 1913-Foto abaixo Largo 13 de Maio/Santo Amaro


Locomotiva Krauss que ligava São Paulo à Santo Amaro


CHARRETE: veículo leve de tração animal, normalmente descoberto, que tem duas rodas altas e assento para duas ou três pessoas (incluído o condutor) e que é puxado por um cavalo. (Foto abaixo no bairro Capela do Socorro em Santo Amaro)


BONDE: veículo movido a eletricidade, que se desloca sobre trilhos e eram usados para o transporte de passageiros. (Foto abaixo: Largo 13 de Maio/Santo Amaro)



O bonde de Santo Amaro circulou de 07 de julho de 1913 até 27 de março de 1968 sendo sua última viagem terminada no Largo 13 de Maio/Santo Amaro



Interno do bonde


ÔNIBUS JARDINEIRA:  nome popular de ônibus para o transporte de passageiros que era usado no Brasil com “capô” no motor dianteiro.
  
ÔNIBUS: veículo para o transporte de passageiros, usado nas cidades ligando os bairros. Foto abaixo são os primeiros ônibus da empresa na zona sul hoje denominada Campo Belo!


ÔNIBUS PAPA-FILAS: Era um veículo misto usado nos anos de 1950 e 1960. Era um misto de ônibus com caminhão (Foto abaixo: Largo 13 de Maio/Santo Amaro)

  
TÁXI: é um automóvel destinado ao transporte de passageiros que cobra uma taxa por viagem marcado em um “taxímetro”. (Foto abaixo: Largo 13 de Maio/Santo Amaro)




MEIOS DE TRANSPORTES HOJE EM SÃO PAULO:ÔNIBUS E METRÔ

Ônibus nos dias de hoje na Região de Santo Amaro

Interno dos ônibus



METRÔ é um meio de transporte urbano que circula sobre trilhos, transportando passageiros.

METRÔ: DA ZONA SUL: LINHA 5 LILÁS


Interno do metrô


Trem elétrico é um trem ferroviário movido a eletricidade e formado por um carro-motor que puxa os carros de passageiros.

Trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) NA ZONA SUL (margem Rio Pinheiros)



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo e a Vila de Santo Amaro, São Paulo

Um mecenas “santamarense”

Carlos da Silva Araújo[1] nasceu na cidade de Santos, São Paulo, em 4 de novembro de 1835, sendo filho do comandante da marinha mercante, Joaquim da Silva Araújo e de Maria do Carmo Araújo.
Foi iniciado pelo pai e orientado pelo irmão mais velho em um navio inglês no ofício das artes marítimas obtendo habilitação náutica e ainda jovem tornou-se capitão de navios.

Carlos da Silva Araújo casou-se com sua prima por parte paterna, Senhorinha Cândida Araújo, e do referido consórcio nasceu Carlos Samuel de Araújo, que seguiu carreira na magistratura paulista, tendo sido juiz de direito na cidade de Atibaia. Era casado com Maria Carlota Fonseca Araújo.

Carlos da Silva Araújo deixou sua atividade naval e transferiu-se para São João do Rio Claro com intuito de edificar um colégio tornando-se educador no Colégio Santa Cruz e no magistério teve grande progresso e no meio educacional propagou suas ideias abolicionistas, sendo também defensor da República.

Em 1880 veio para a cidade de São Paulo para dar continuidade aos estudos de seu filho Carlos Samuel. Na Rua Esperança, no Largo da Catedral da Sé estabeleceu o “Externato Araújo” que pelo fluxo grande de alunos foi transferido depois para a Rua da Glória, na Liberdade.
Devido a problemas de saúde de sua esposa, buscou novos ares, mudando-se para a Vila de Santo Amaro em 1891, para onde transferiu todo seu conhecimento na área educacional.

Sua atividade fê-lo interessar-se por melhorias locais nas obras públicas sendo um dos incentivadores pela construção de uma Santa Casa[2] em Santo Amaro conseguindo com outros adeptos da causa o terreno através de Benta Bernardina de Moraes, filha do Capitão Manoel José de Moraes, 1º prefeito de Santo Amaro, surgindo desse modo a “Sociedade Beneficente Nossa Senhora da Conceição”[3] para o amparo dos necessitados.

Em Santo Amaro foi um dos responsáveis por edificar o Mercado Municipal[4] no Largo São Benedito, (hoje Casa de Cultura, na Praça Doutor Francisco Ferreira Lopes) tendo sido em sua gestão como presidente da Câmara Municipal realizado o feito em 1896.

Com o falecimento de seu filho Carlos Samuel em 1901, resolveu juntamente com sua esposa retornar a capital paulista, onde exerceu a gerência da Caixa Econômica Federal.

Faleceu em 20 de março de 1906, deixando registrado seu legado em Santo Amaro[5], como grande incentivador do desenvolvimento da região.




[1] O sobrenome “Araújo” é de origem espanhola e difundido também em Portugal, primeiramente através de Pedro Pais, natural de Araúja, era alferes-mor do reino de Leão (com Castela reinos da origem de Espanha) e depois do reino de Portugal. O sobrenome surgiu na Espanha através do Castelo de Araúja, localizado próximo ao Rio Minho, por esse motivo, de origem geográfica, ou seja, um toponímico. Araújo é derivado de Araúja, uma árvore. Rodrigo Anes (de Araújo) era senhor do Castelo de Araúja e foi o primeiro a adotar este sobrenome.

[3] Benta Bernardina de Moraes e a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro/SP http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2019/08/benta-bernardina-de-moraes-e-santa-casa.html

[4] A Construção de um Mercado Municipal na Vila de Santo Amaro http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2013/08/a-construcao-de-um-mercado-municipal-na.html


[5] A HERMA DO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO: DISPÊNDIO POPULAR HÁ 70 ANOS http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2012/01/herma-do-municipio-de-santo-amaro.html




terça-feira, 20 de agosto de 2019

Benta Bernardina de Moraes e a Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro/SP


Benta Bernardina de Moraes, filha do Capitão Manoel José de Moraes, 1º prefeito de Santo Amaro, doadora do terreno da “Sociedade Beneficente Nossa Senhora da Conceição


Benta Bernardina de Moraes, foi batizada em 1814, na Igreja de Santo Amaro onde se casou a 10
de agosto de 1832 com Manoel Vieira de Moraes, filho de Manoel Vieira de Brito e Isabel de Moraes,
família “Clemente Alvares” Cap.7º § 6º. Com a devida dispensa por serem primos irmãos.  Manoel
foi batizado na Igreja de Santo Amaro aos 03 de agosto de 1806.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 03-11-1814, Benta de 10 dias filha do Alferes Manoel José de Moraes e Anna Roza de Moraes. Padrinhos: Zacarias Domingues Paes e sua mulher Maria Antonia de Moraes.

Matriz de Santo Amaro – batismos- Aos 03-08-1806, Manuel filho de Manuel Vieira de Brito e Izabel de Moraes. Padrinhos: Tenente Manuel Jose Machado e sua mulher Anna de Moraes, todos desta.

Matriz de Santo Amaro- casamentos – Aos 10-08-1832, as seis horas da tarde,  Manoel Vieira de Moraes filho do Alferes Manoel Vieira de Brito e Dona Izabel de Moraes, Np de Gaspar Nunes e Izabel Vieira, nm do Tenente Manoel Jose Maxado e Dona Anna de Moraes; com  Benta Bernardina de Moraes, filha do Capitam Manoel Jose de Moraes e Dona Anna Roza de Moraes, Np do Capitam Anastácio de Moraes e Dona Anna Maria Teixeira, pela materna dos mesmo avós do contraentes – 3º grau com 2º der consanguinidade. Testemunhas: Manoel José de Moraes e Joaquim Manoel de Moraes.

Dispensas Matrimoniais ano 1832 – ACMSP 10-29-6038 

Dizem os humildes oradores Mel Vrª de Moraes e Bta Bernardina de Moraes da Fregª de S. Amaro querem se casar e não o podem fazer porque

- Os oradores são primos irmãos
- que a oradora é pobre, há muita falta de homens idôneos para cazar, que o orador tb é pobre mas muito capaz de sustentar a oradora.
- Que a oradora não foi raptada

Testemunha – O Capitão Manoel José de Moraes, casado, vive de suas lavouras, 41 anos, pai da oradora. Sabe que os oradores são primos irmãos mas que a dispensa é muito necessária pela pobreza e porque há falta de homens como o orador para casar.

Testemunha 2 – Reverendo Fidelis Jose de Moraes, 51 anos, vive de suas lavouras.tio dos oradores. Confirmou os itens

Testemunha 3 – Reverendo Padre Mestre Fidelis Alvares S-----naringa de Moraes, vive de seu honorário, 34 anos.
Nota: Obtêm a dispensa mas não esclarecem como são primos irmãos

O Capitão Manoel José de Moraes e Benta Bernardina de Moraes foram moradores em Santo Amaro onde possuíram chácara na vila, além de sítios e fazendas em outras freguesias, herdadas dos pais de ambos. Dos filhos e genros do Capitão Manoel José de Moraes, Manoel foi o único a morar em Santo Amaro até a sua morte, e por isso mesmo foi o herdeiro político do sogro, a quem substituiu quando a idade e por fim a morte afastou o Capitão Manoel José de Moraes dos cargos públicos. Como o tio e sogro, Manoel fez parte da governança da vila de Santo Amaro, na companhia de outros membros da família. Em 1865 foi eleito vereador juntamente com Francisco Pedroso de Camargo, sobrinho e genro de Maria Clara Pedroso, Américo Antonio de Moraes, filho de Izabel Maria de Moraes e Fernando Antonio. 

Em seu sítio faleceu o Tenente Coronel Manoel Vieira de Moraes aos 27-09-1880.

Matriz de Santo Amaro – óbitos- Aos 27-09-1880 faleceu ( ---) Santo Amaro em seu sitio o Tenente Coronel Manoel Vieira de Moraes , 74 anos de idade.

Benta Bernardina de Moraes viveu sempre em Santo Amaro e doou o terreno para a construção da Santa Casa, sendo detentora ainda de parte dessa gleba que foi incorporada atualmente  pela  estação Adolfo Pinheiro, linha 5 Lilás do metrô. 




(ANTIGA ENTRADA DA SANTA CASA:Rua Doutor Antônio Bento )

Benta pode ver o lançamento da pedra fundamental da Santa Casa, no dia 01 de janeiro de 1896, vindo a falecer logo após em 03 de fevereiro de 1897, sendo sepultada no cemitério de Santo Amaro, em frente da capela e nunca foi exumada. 





Matriz de Santo Amaro – Obitos – Aos 03-02-1897 faleceu Benta Bernardina de Moraes com 82 annos viúva por óbito do Ten Cel Manoel Vieira de Moraes, sua alma foi encomendada.

Cemitério de Santo Amaro- registro de sepultamentos-  –nº de ordem  799 – Sepultura perpétua – falecida  Benta Bernardina de Moraes – viúva -80 anos - (viúva de ) Manoel Vieira de Moraes falecido – data do sepultamento 02-02-1897- causa mortis: marasmo senil.


   

Bibliografia:

Leme, Luiz Gonzaga da Silva. Genealogia Paulista. São Paulo, Duprat & Comp.1904

http://www.projetocompartilhar.org

Weber, Maria Aparecida; Sérgio. Campo Belo: monografia de um bairro.São Paulo: Editora Estação Liberdade, 2006

Referências: 


 (ONDE ERA A ANTIGA ENTRADA DA SANTA CASA HOJE:Rua Doutor Antônio Bento )



 (ATUAL ENTRADA DA SANTA CASA:Rua Isabel Schmidt, 59)



LOCALIZAÇÃO DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SANTO AMARO
Rua Isabel Schmidt, 59 - Santo Amaro, São Paulo - SP



PRAÇA DONA BENTA VIEIRA, Descrição Técnica:
Situa-se entre as Ruas Doutor Antônio Bento e Rua Isabel Schmidt. Quadras: 067/068. Bairro de Santo Amaro. Oficialização: DECRETO nº: 15.642/79 de 22/01/1979



Uma indagação: A praça Dona Benta "Vieira"(???) é referência a emérita da Santa Casa de Santo Amaro?