DIÁSPORA NEGRA E OS AFRO-BRASILEIROS
Afinal, o que acontecia com o continente africano à época das navegações marítimas em sua vasta costa, que se permitiram uma diáspora sem precedentes de deslocamento de escravos por terras distantes da África?
As disputas internas na África aconteciam constantemente e para evitar uma insurreição os guerreiros vencedores preferiam negociar os adultos do sexo masculino para evitar conflitos futuros e abasteciam o mercado das Colônias com a mão de obra necessária. O pagamento era feito por mercadorias como aguardente, fumo, vinho, tecidos e alguma munição para dar um poderio maior ao aliado africano deste comércio que revertiam benefícios extraordinários aos controladores destas rotas no Atlântico.
Poucos africanos eram capturados para serem usados na própria África, mas para serem deportados em uma viagem sem volta, a não ser esporádicas voltas financiadas quando se elaboraram leis de proibição do uso da mão de obra, como exemplo de segunda deportação de volta ao continente africano foi a criação da Libéria, país criado por força de influência da América do Norte que promoveu o retorno subsidiando a volta para se ver livre de um contingente de ex-escravos que muito fez para o expansionismo dos Estados Unidos e foram descartados recebendo salvo conduto para retornarem a África, pela política externa da época, avalizada pelo expansionismo econômico da Inglaterra que buscava novos mercados de consumo para sua revolução industrial, implantado por novo modelo de produção.
O Brasil por sua vez desrespeitou todas as imposições internacionais e somente considerou os escravos livres após o governo imperial brasileiro comprometer-se a quitar despesas de aquisição por parte dos terratenentes de investimentos neste comércio insuportável, tanto que elaborou leis como paliativos anteriores a liberdade irrestrita com aval da precária justiça da época controlada por bacharéis formados na Europa, e mais tarde em Recife e São Paulo, com as academias de Direito, que viam na lei o modo de sustentar os interesses de seus mecenas que promoveram seus estudos acadêmicos, protetores ligados por laços familiares.
O poderio bélico das nações européias não deixou tempo de conformação de reinos estáveis na África que foram controlados por holandeses, ingleses, espanhóis, franceses e portugueses que lutavam entre si para maior hegemonia de controle deste comércio escravista de alto rendimento econômico, abrindo precedentes da formação de um mercado negro de contrabando de pessoas. Usaram uma tática fomentada pelas grandes potencias até em dias atuais: dividir para dominar. A Inglaterra somente se preocupou em rever sua posição quando abastecendo o mercado da Caribe deparou com a derrota da França em 1804 no Haiti. Todas as potências ficaram de sobressalto para evitar problemas de mesma envergadura em outras colônias, tendo os terratenentes do Brasil Colonial e depois Imperial, acirrado o controle do sistema escravista para evitar levantes, e os que sublevaram foram sufocados.
O abandono e a condição precária na Colônia fez com que as estruturas de resistência aos costumes do povo perdesse sua identidade com o continente africano, inclusive a língua original, mesclando outros valores miscigenados com povos locais dando origem aos cafuzos e caboclos, numa mestiçagem nativa que distanciou o modelo original, criando deste modo uma nova maneira de expressão com os recursos naturais da terra, ficando parte da cultura em ritos religiosos associados à música, numa mistura de valores incorporados a nova terra, não mais as origens da África, mas outro local que era o continente americano, que infelizmente foi construído por escravos controlados pelas senzalas dos grandes latifúndios dos terratenentes apoiados pelo rei de Portugal e o imperador do Brasil, originando novo modelo de estrutura e costumes incorporados pelos afro-brasileiros.
sábado, 26 de dezembro de 2009
OS TERRATENENTES DO BRASIL (03): NEGROS DA TERRA
POVO-NAÇÃO E A LIMPEZA ÉTNICA
Se há duvidas quanto à limpeza étnica em terras da America tanto espanhola quanto portuguesa, através das guerras desiguais entre nativos e conquistadores, promovidas pela “guerra justa”, na visão européia, para “apoderamento” de terras, basta reverem o modelo empregado pelo “achamento e conquista” da terra no Brasil Colônia.
Em nome do rei os nativos denominados “negros da terra” foram perseguidos e assassinados provocando o extermínio de muitas nações existentes, no lado da colônia portuguesa, que atualmente os signatários do governo brasileiro, não admitem considerar o termo “nação” alegando que poderia haver retaliação no território e alegando soberania nacional, determinam as poucas nações restantes após o holocausto dos nativos, como territórios de etnias, com medo de uma balcanização, fomentando interesses de criar outros Estados livres no Brasil, única nação possível em um único território. O modelo de cultura destes “povos-nação” era diferente daquelas conhecidas na Europa, pois possuíam sua própria cultura, danças, objetos próprios, sua língua, um território de ação comunitária diferenciada do poder de posse, suas moradias em círculos que representavam também o sentido religioso entre eles, ou seja, uma identidade própria.
Nesta Terra Sem Mal, os portugueses se aproximaram com presentes de quinquilharias para haver uma maneira de serem aceitos em um primeiro contato, e disto extraírem informações úteis para benefício de domínio futuro. A ingenuidade de homens e mulheres que foram os reais possuidores desta terra Pindorama, e que o sistema eurocêntrico ousou chamar de índios sem ser aqui a Índia desejada das especiarias, estes naturais espantaram os colonizadores por serem desnudos de qualquer pudor, próprio dos conceitos europeus que viram nisto um atraso e que poderia ser facilmente amansados através de uma catequese pelos interesses em nome do rei, que usando do meio civilizatório europeu queria usufruir desta força de trabalho escravizando-os para o início de uma lavoura aos moldes destrutivos das florestas e uma tentativa incipiente da pecuária além de usá-los como força de combate contra outras nações européias e concluir a exploração invadindo o que seria pela jurisprudência de então terras pertencentes a Espanha
Tanto os colonizadores quanto o sistema de catequese implantado pela igreja através dos jesuítas só tinham um objetivo: recorrer a uma mão de obra disponível naquele momento, com um custo mínimo. Por seu lado os nativos não se sujeitavam ao modelo de escravidão, sujeitando-se em perder sua liberdade de ir e vir quando bem entendesse através das matas, rios, montanhas. A liberdade era a essência do viver do autóctone. Evidente que os conflitos entre os dois modelos de escravidão diferenciados entre “colonos preadores” e “jesuítas catequizadores” entraram em conflito, causando até em expulsão da Companhia de Jesus do território da Colônia de Portugal em 1759, preferindo a Coroa Portuguesa o modelo de exploração predatória do colonizador que usava a força militar para sujeitar os nativos “negros da terra”. A Terra Sem Mal se tornou local de disputas sangrentas, embora desiguais no armamento bélico, os nativos não se sujeitaram aos interesses europeus preferindo a morte a perder a liberdade, escravos jamais, e por isso houve o extermínio em massa da população local, que defendia a sua condição de homens livres, antes mesmo da Revolução Francesa, em nome da liberdade, promovendo deste modo um verdadeiro holocausto silencioso por parte de uma força militar formada pelo barbarismo ibérico que a historia esconde por considerar os exploradores heróis nacionais.
Se há duvidas quanto à limpeza étnica em terras da America tanto espanhola quanto portuguesa, através das guerras desiguais entre nativos e conquistadores, promovidas pela “guerra justa”, na visão européia, para “apoderamento” de terras, basta reverem o modelo empregado pelo “achamento e conquista” da terra no Brasil Colônia.
Em nome do rei os nativos denominados “negros da terra” foram perseguidos e assassinados provocando o extermínio de muitas nações existentes, no lado da colônia portuguesa, que atualmente os signatários do governo brasileiro, não admitem considerar o termo “nação” alegando que poderia haver retaliação no território e alegando soberania nacional, determinam as poucas nações restantes após o holocausto dos nativos, como territórios de etnias, com medo de uma balcanização, fomentando interesses de criar outros Estados livres no Brasil, única nação possível em um único território. O modelo de cultura destes “povos-nação” era diferente daquelas conhecidas na Europa, pois possuíam sua própria cultura, danças, objetos próprios, sua língua, um território de ação comunitária diferenciada do poder de posse, suas moradias em círculos que representavam também o sentido religioso entre eles, ou seja, uma identidade própria.
Nesta Terra Sem Mal, os portugueses se aproximaram com presentes de quinquilharias para haver uma maneira de serem aceitos em um primeiro contato, e disto extraírem informações úteis para benefício de domínio futuro. A ingenuidade de homens e mulheres que foram os reais possuidores desta terra Pindorama, e que o sistema eurocêntrico ousou chamar de índios sem ser aqui a Índia desejada das especiarias, estes naturais espantaram os colonizadores por serem desnudos de qualquer pudor, próprio dos conceitos europeus que viram nisto um atraso e que poderia ser facilmente amansados através de uma catequese pelos interesses em nome do rei, que usando do meio civilizatório europeu queria usufruir desta força de trabalho escravizando-os para o início de uma lavoura aos moldes destrutivos das florestas e uma tentativa incipiente da pecuária além de usá-los como força de combate contra outras nações européias e concluir a exploração invadindo o que seria pela jurisprudência de então terras pertencentes a Espanha
Tanto os colonizadores quanto o sistema de catequese implantado pela igreja através dos jesuítas só tinham um objetivo: recorrer a uma mão de obra disponível naquele momento, com um custo mínimo. Por seu lado os nativos não se sujeitavam ao modelo de escravidão, sujeitando-se em perder sua liberdade de ir e vir quando bem entendesse através das matas, rios, montanhas. A liberdade era a essência do viver do autóctone. Evidente que os conflitos entre os dois modelos de escravidão diferenciados entre “colonos preadores” e “jesuítas catequizadores” entraram em conflito, causando até em expulsão da Companhia de Jesus do território da Colônia de Portugal em 1759, preferindo a Coroa Portuguesa o modelo de exploração predatória do colonizador que usava a força militar para sujeitar os nativos “negros da terra”. A Terra Sem Mal se tornou local de disputas sangrentas, embora desiguais no armamento bélico, os nativos não se sujeitaram aos interesses europeus preferindo a morte a perder a liberdade, escravos jamais, e por isso houve o extermínio em massa da população local, que defendia a sua condição de homens livres, antes mesmo da Revolução Francesa, em nome da liberdade, promovendo deste modo um verdadeiro holocausto silencioso por parte de uma força militar formada pelo barbarismo ibérico que a historia esconde por considerar os exploradores heróis nacionais.
OS TERRATENENTES DO BRASIL (02): NOVOS BÁRBAROS
OS BÁRBAROS CHEGAM À AMÉRICA
A Herança do Brasil faz parte de uma estrutura do sofrimento dos povos perseguidos, que em um momento na história, os ibéricos passaram de perseguidos da Europa a condição de algoz de povos da América, pilhando-os como butim de guerra, produto de roubo daquilo que fazia parte de outro modelo e a não aceitação do outro.
Quando assumiram serem donos das terras do continente, dividiram os primeiros latifúndios através das capitânias do lado português. Não houve um interesse imediato pela posse, mas quando perderam possessões nos caminhos das Índias, começara os “novos bárbaros ibéricos” a incentivar os cativos a cultivar a terra e dela extrair a riqueza necessária para sustento da ganância da Metrópole.
O produto de grande valia era o açúcar que recebia nos portos da Europa elevados lucros. Portugal e Espanha intensificaram aprisionar nativos para trabalharem para El-Rey. Do lado espanhol conseguiram pela força da conquista militar, algum sucesso por haver entre os povos a mitra, um trabalho servil usado no vasto território inca, mas os nativos do lado das “terras baixas”, como eram chamadas as localidades do Brasil, não estavam neste estágio de consentirem serem aprisionados e servir um senhor desconhecido.
Os nativos eram nômades nunca havendo sedentarismo porque viviam em deslocamentos constantes, e não formavam vínculo de permanência de posse local. Certas localidades tinham um valor sagrado onde lembravam os antepassados que um dia passaram a formar aquela nação. Os portugueses prearam nativos penetrando em território espanhol, invadiram terras além de suas fronteiras no afã de descobrirem riquezas extraídas das minas, e que fazia a Espanha uma das mais ricas nações com a prata de Potosi, na atual Bolívia. Não tendo o sucesso da Espanha, e sendo um país relativamente de poucos braços para fomentar a empreitada expansionista, assumiu a Metrópole como exclusivo metropolitano a aquisição de africanos aprisionados por guerras internas entre etnias locais ou através dos árabes que vendiam escravos africanos como cativos de guerra aos portugueses.
Deste modo as levas de mão de obra escrava das costas litorâneas de África adentraram no Brasil para fazer parte de uma estrutura de desenvolvimento precário e arcaico. Evidente que o ponto mais próximo com a Europa era Pernambuco com cabotagem em Fernão de Noronha, de onde se comandava o fluxo econômico tanto da mão de obra escrava quanto o açúcar, produto valiosíssimo da época. Há de se dizer que do lado espanhol no continente americano do sul, pouca mão de obra escrava africana foi empregada, preferindo-se aprisionar os nativos e obrigá-los a trabalhos forçados através da mitra, e somente nas ilhas Caribe houve um fluxo considerável de mão de obra escrava vinda da África para trabalhar em canaviais dos “senhores de engenho”.
A Herança do Brasil faz parte de uma estrutura do sofrimento dos povos perseguidos, que em um momento na história, os ibéricos passaram de perseguidos da Europa a condição de algoz de povos da América, pilhando-os como butim de guerra, produto de roubo daquilo que fazia parte de outro modelo e a não aceitação do outro.
Quando assumiram serem donos das terras do continente, dividiram os primeiros latifúndios através das capitânias do lado português. Não houve um interesse imediato pela posse, mas quando perderam possessões nos caminhos das Índias, começara os “novos bárbaros ibéricos” a incentivar os cativos a cultivar a terra e dela extrair a riqueza necessária para sustento da ganância da Metrópole.
O produto de grande valia era o açúcar que recebia nos portos da Europa elevados lucros. Portugal e Espanha intensificaram aprisionar nativos para trabalharem para El-Rey. Do lado espanhol conseguiram pela força da conquista militar, algum sucesso por haver entre os povos a mitra, um trabalho servil usado no vasto território inca, mas os nativos do lado das “terras baixas”, como eram chamadas as localidades do Brasil, não estavam neste estágio de consentirem serem aprisionados e servir um senhor desconhecido.
Os nativos eram nômades nunca havendo sedentarismo porque viviam em deslocamentos constantes, e não formavam vínculo de permanência de posse local. Certas localidades tinham um valor sagrado onde lembravam os antepassados que um dia passaram a formar aquela nação. Os portugueses prearam nativos penetrando em território espanhol, invadiram terras além de suas fronteiras no afã de descobrirem riquezas extraídas das minas, e que fazia a Espanha uma das mais ricas nações com a prata de Potosi, na atual Bolívia. Não tendo o sucesso da Espanha, e sendo um país relativamente de poucos braços para fomentar a empreitada expansionista, assumiu a Metrópole como exclusivo metropolitano a aquisição de africanos aprisionados por guerras internas entre etnias locais ou através dos árabes que vendiam escravos africanos como cativos de guerra aos portugueses.
Deste modo as levas de mão de obra escrava das costas litorâneas de África adentraram no Brasil para fazer parte de uma estrutura de desenvolvimento precário e arcaico. Evidente que o ponto mais próximo com a Europa era Pernambuco com cabotagem em Fernão de Noronha, de onde se comandava o fluxo econômico tanto da mão de obra escrava quanto o açúcar, produto valiosíssimo da época. Há de se dizer que do lado espanhol no continente americano do sul, pouca mão de obra escrava africana foi empregada, preferindo-se aprisionar os nativos e obrigá-los a trabalhos forçados através da mitra, e somente nas ilhas Caribe houve um fluxo considerável de mão de obra escrava vinda da África para trabalhar em canaviais dos “senhores de engenho”.
OS TERRATENENTES DO BRASIL (01): OS LATIFUNDIÁRIOS DA AMÉRICA
A FORMAÇÃO ÉTNICA DA PENÍNSULA IBÉRICA
Parece existir certo modelo de influências que não perdem o visgo em manter certos privilégios e quanto possível mantê-los vitalícios, mesmo quando o titular já não faça parte dos vivos. O que há de admirar-se são os privilégios decorrentes que sobrevivem ao longo do tempo, mesmo quando não cabem mais títulos de nobreza eles subsistem no mundo contemporâneo, considerado excelência de modernidade as transformações ocorridas pelos séculos afora.
O Brasil e sem dúvida exemplo claro do que mais tarde iriam resultar os filhos dos conquistadores nascidos nas Colônias, mazombos, que antes se haviam misturados na Península Ibérica com vários outros povos constituídos de fugitivos acuados pelo poderio do Império Romano, que na fuga adentraram-se por inúmeros marcos divisórios de fronteira numa desenfreada corrida para o mais extremo da Europa, formando deste modo Espanha e Portugal. A Península Ibérica era o último reduto dos fugitivos acuados, um retalho de grupos amontoados em povoados para formar uma resistência tenaz e manter a vida.
Algumas outras “turbas” em movimento pela Europa enfrentaram os poderosos guerreiros romanos, detentores do arsenal moderno de guerra da época. Eram os Godos, visigodos e suevos que ousaram furar este bloqueio militar e uniram-se aos montanheses locais, resultando uma rudeza identificadora que marcou a tenacidade deste local ainda pouco explorado. Mais tarde entravam pela África, pelo ponto mais próximo do Marrocos, com o Estrito de Gibraltar, árabes acostumados em viver com o mínimo necessário para a subsistência, homens do deserto, rudez no trato, ávidos pela conquista penetraram na Europa ao sentido contrário das primeiras levas que somente deslocavam-se dentro do continente europeu, fincaram outro modelo de identidade que não o habitual conhecido através do modelo romano.
Evidentemente que estes ingredientes foram fundidos num grande cadinho com todos os povos, misturando-se entre si formando uma “amálgama de povos” que no todo não apresentavam mais nem uma e nem outra identidade das características originais, mas outra formação resultante de uma fusão que não houve como interpretar o resultado deste novo subproduto e que forjou o modelo étnico da Península Ibérica.
Neste subproduto estavam presentes as características do meio, a localidade geográfica, determinante causa pela vontade de conseguir a todo custo manter o essencial que é lutar para a preservação da espécie. Um povo que era uma mistura de tudo quanto se cruzou pela Europa e o continente africano com a presença árabe constituiu deste modo, a “ponta” da Europa, a Península Ibérica, formada por fugitivos na última condição de manter-se sem serem atirados ao mar. Conseguiram-se suplantar as adversidades e sair rumo ao Mar Mediterrâneo e aventurar-se como último recurso em mares nunca dantes navegados, que na época assim se pensava ser o Atlântico completado pelas aventuras do Pacífico em busca do mercantil.
Estava aberta a fronteira das conquistas ultramarinas, de um povo forjado a ferro e fogo, embrutecido, atarracado a terra, única riqueza mensurável de então e de onde extraíam o sustento, iriam tornar-se navegantes e fincar bandeira em nome da cruz, e em nome dela martirizar povos ainda desconhecidos, em terras ainda não exploradas, que num primeiro contato assumiriam a estratégia do pacificador até conhecer as fraquezas dos nativos, e a partir deste momento fazê-los escravos, ou como sentença última se necessário exterminá-los e assumir a posse local.
Estes homens sem preparo no trato de relações entre pensamentos contrários ao europeu promoveram as maiores barbáries contra os povos locais, atrocidades de extermínio, carnificina em nome do poder, em troca ganharam as honras do rei com paga de bons serviços prestados em guerras justas, foram agraciados como “terratenentes”, os primeiros latifundiários da América.
Parece existir certo modelo de influências que não perdem o visgo em manter certos privilégios e quanto possível mantê-los vitalícios, mesmo quando o titular já não faça parte dos vivos. O que há de admirar-se são os privilégios decorrentes que sobrevivem ao longo do tempo, mesmo quando não cabem mais títulos de nobreza eles subsistem no mundo contemporâneo, considerado excelência de modernidade as transformações ocorridas pelos séculos afora.
O Brasil e sem dúvida exemplo claro do que mais tarde iriam resultar os filhos dos conquistadores nascidos nas Colônias, mazombos, que antes se haviam misturados na Península Ibérica com vários outros povos constituídos de fugitivos acuados pelo poderio do Império Romano, que na fuga adentraram-se por inúmeros marcos divisórios de fronteira numa desenfreada corrida para o mais extremo da Europa, formando deste modo Espanha e Portugal. A Península Ibérica era o último reduto dos fugitivos acuados, um retalho de grupos amontoados em povoados para formar uma resistência tenaz e manter a vida.
Algumas outras “turbas” em movimento pela Europa enfrentaram os poderosos guerreiros romanos, detentores do arsenal moderno de guerra da época. Eram os Godos, visigodos e suevos que ousaram furar este bloqueio militar e uniram-se aos montanheses locais, resultando uma rudeza identificadora que marcou a tenacidade deste local ainda pouco explorado. Mais tarde entravam pela África, pelo ponto mais próximo do Marrocos, com o Estrito de Gibraltar, árabes acostumados em viver com o mínimo necessário para a subsistência, homens do deserto, rudez no trato, ávidos pela conquista penetraram na Europa ao sentido contrário das primeiras levas que somente deslocavam-se dentro do continente europeu, fincaram outro modelo de identidade que não o habitual conhecido através do modelo romano.
Evidentemente que estes ingredientes foram fundidos num grande cadinho com todos os povos, misturando-se entre si formando uma “amálgama de povos” que no todo não apresentavam mais nem uma e nem outra identidade das características originais, mas outra formação resultante de uma fusão que não houve como interpretar o resultado deste novo subproduto e que forjou o modelo étnico da Península Ibérica.
Neste subproduto estavam presentes as características do meio, a localidade geográfica, determinante causa pela vontade de conseguir a todo custo manter o essencial que é lutar para a preservação da espécie. Um povo que era uma mistura de tudo quanto se cruzou pela Europa e o continente africano com a presença árabe constituiu deste modo, a “ponta” da Europa, a Península Ibérica, formada por fugitivos na última condição de manter-se sem serem atirados ao mar. Conseguiram-se suplantar as adversidades e sair rumo ao Mar Mediterrâneo e aventurar-se como último recurso em mares nunca dantes navegados, que na época assim se pensava ser o Atlântico completado pelas aventuras do Pacífico em busca do mercantil.
Estava aberta a fronteira das conquistas ultramarinas, de um povo forjado a ferro e fogo, embrutecido, atarracado a terra, única riqueza mensurável de então e de onde extraíam o sustento, iriam tornar-se navegantes e fincar bandeira em nome da cruz, e em nome dela martirizar povos ainda desconhecidos, em terras ainda não exploradas, que num primeiro contato assumiriam a estratégia do pacificador até conhecer as fraquezas dos nativos, e a partir deste momento fazê-los escravos, ou como sentença última se necessário exterminá-los e assumir a posse local.
Estes homens sem preparo no trato de relações entre pensamentos contrários ao europeu promoveram as maiores barbáries contra os povos locais, atrocidades de extermínio, carnificina em nome do poder, em troca ganharam as honras do rei com paga de bons serviços prestados em guerras justas, foram agraciados como “terratenentes”, os primeiros latifundiários da América.
sábado, 19 de dezembro de 2009
SONHOS E MORTALHA NO PAÍS DA ILUSÃO
SONHOS E MORTALHA NO PAÍS DA ILUSÃO
Eu tinha um amigo, aliás, o seu tio, o seu pai, antes dele ter nascido, já faziam parte de minhas relações de amizade. Eram nipônicos. São antigos no bairro Jardim São Luiz, periferia paulistana onde começaram a trabalhar no ramo de fotografias, e tornaram-se os precursores desta arte nesta insipiente localidade, registrando muitas atividades alegres das pessoas humildes, como casamentos, batizados, festas de formatura, enfim tudo que era relacionada com eventos pessoais, formais e informais, não escapavam de suas objetivas.
O Brasil, infelizmente não oferece oportunidades reais de crescimento, não para ficar rico, mas fazer com que as pessoas se sintam felizes, e queiram realmente desenvolver o sentimento de patriotismo, gostar do lugar em que nossos antepassados acreditavam ser um paraíso. Mas como cortar as amarras de sua escravidão se já possui o fado e o fardo de ter nascido escravo?
Muitos navios de muitos países nos séculos 19 e 20 singraram os mares e vieram para a "Terra da Ilusão". Aqui constituíram novas famílias, foram se misturando, mesmo quando perseguições eram feitas por ideologias bizarras, um policiamento desqualificado encarcerou pessoas que mal sabiam por que estavam sendo perseguidos. Muitos não podiam voltar para seus países de origem, e amargaram uma "desestrutura" abandonados no meio de florestas, sem recursos, mantendo-se com a força dos braços, mas não desistiram, pois era a única alternativa que possuíam.
O país "demo-crático" nunca se interessou em saber o quanto de qualidade possuía numa mistura de povos, e a dura vida do campo cavoucado como enxada tirou o sustento e sobrevivência destas pessoas.
O tempo passou muitos bisnetos, netos, filhos, sobrinhos foram trabalhar nos países de seus antepassados, que foram destruídos por guerras sucessivas, mas conseguiram tornarem-se respeitáveis como países sérios, ao contrário desta grande terra, que linda por natureza, possuem planejamentos narcisistas de governantes, que jamais pensam em forjar um país realmente Grande, nunca incentivando as pessoas para que possam desenvolver e a tornar o lugar onde vivem em um lugar propício e aprazível para se viver, onde o extrativismo descontrolado e sem planejamento formam desertos irrecuperáveis na natureza e na alma. Nossa maior meta é criar gado e plantar a exigências do mercado externo, onde as terras são grandes latifúndios controlados por uma elite arcaica.
Muitos filhos e netos de imigrantes do passado fizeram o caminho inverso e emigraram pelos aeroportos, e quem sabe até alguns se aventuraram e fizeram o uso do meio de transporte de seus antepassados usando os navios, hoje grandes transatlânticos marítimos. No meio desta massa, que foram tentar outra vida na terra dos seus antepassados estavam os Furukawa, que levou de volta um sonho de conseguir uma vida melhor. A vida em terra estrangeira é dura, os costumes, a língua, enfim uma série de dificuldades, mas com esforço se ajudaram mutuamente e cresceram e fizeram o Japão crescer, mas o que queriam era fazer a terra onde viviam desenvolver-se, mas ela não lhes dava oportunidades, estava entregue as especulações capitalistas que também culminou repentinamente por uma falsa economia embasada em papéis bancários, nunca dinheiro justo do trabalho, mas um dinheiro especulativo fez o capitalismo falso ruir, e muitos tiveram que voltar para casa, onde sempre pensaram em ficar. Os frutos do trabalho lhes renderam uma vida mais estável, adquirindo bens para uma vida sustentável, uma casa, alguns carros, motos, de última geração da indústria automobilística estrangeiras foram adquiridas no Brasil, nunca um produto desenvolvido com tecnologia própria, mas equipados pelas montadoras em uma globalização de controle do trabalho e renda, uma real condição de subdesenvolvimento.
O país "bonito por natureza" recebia estes dólares suados deste povo, taxando-os com tributos gigantescos, embora a economia falsa do país sustentada pelo poder econômico e político, oferecia aquisição de bens com facilidades cambiais, os bancos ávidos ofereciam taxas de juros baixas para aquisição de bens e muitos caíram nesta teia que se apresentava como uma coisa vantajosa, mas que queria chamar para si o recurso trazido para as fronteiras internas. O banco é o símbolo do capitalismo, pois nada produz, mas como um agiota ganancioso manipula todo mercado financeiro, uma fonte lucrativa com o mínimo esforço, ou melhor nenhum, pois detém as rédeas do mercado, nunca corre riscos de produção mas toma para si boa parte dos dividendos.
Os jovens foram os mais susceptíveis aos interesses capitalistas, e adquiriram veículos de grande potência, impróprias as estradas brasileiras, regidas por leis onde o acidente de trânsito é condicionado a existência da culpa, mas sem intenção de matar!!!
Assim em um cruzamento encontraram-se dois jovens, com suas potências pessoais e também motorizadas, e colidiram-se, ceifando a vida no seu momento mais sublime, o da juventude. O automóvel, servindo-se de uma carapaça como os antigos cavaleiros medievais, lançou a motocicleta de meu amigo Ronie Cray Takeshi Almeida Furukawa no asfalto frio, onde todas as probabilidades de salvamento foram insuficientes, pois o corpo do jovem arrastou-se até atingir um obstáculo, precipitado em movimento pelo impacto.
Muitos falam um termo muito usado "fatalidade", conceito vago que esconde outros fatores, que muito debatem em acaloradas palestras, mas não encontram solução, para evitar que um jovem tire a vida de outro jovem!
Meu amigo, um coração enorme, sempre pronto a servir quem estivesse em dificuldades, foi embora. Deus o ampare em seus braços com festa no céu, que sei agora que há mais um inocente olhando por todos nesta terra inoportuna.
Seu sonho era ser disc jockey, transmitir alegria! Descanse em paz, ei, ei, ei, DJ Ronie Cray!!!
Eu tinha um amigo, aliás, o seu tio, o seu pai, antes dele ter nascido, já faziam parte de minhas relações de amizade. Eram nipônicos. São antigos no bairro Jardim São Luiz, periferia paulistana onde começaram a trabalhar no ramo de fotografias, e tornaram-se os precursores desta arte nesta insipiente localidade, registrando muitas atividades alegres das pessoas humildes, como casamentos, batizados, festas de formatura, enfim tudo que era relacionada com eventos pessoais, formais e informais, não escapavam de suas objetivas.
O Brasil, infelizmente não oferece oportunidades reais de crescimento, não para ficar rico, mas fazer com que as pessoas se sintam felizes, e queiram realmente desenvolver o sentimento de patriotismo, gostar do lugar em que nossos antepassados acreditavam ser um paraíso. Mas como cortar as amarras de sua escravidão se já possui o fado e o fardo de ter nascido escravo?
Muitos navios de muitos países nos séculos 19 e 20 singraram os mares e vieram para a "Terra da Ilusão". Aqui constituíram novas famílias, foram se misturando, mesmo quando perseguições eram feitas por ideologias bizarras, um policiamento desqualificado encarcerou pessoas que mal sabiam por que estavam sendo perseguidos. Muitos não podiam voltar para seus países de origem, e amargaram uma "desestrutura" abandonados no meio de florestas, sem recursos, mantendo-se com a força dos braços, mas não desistiram, pois era a única alternativa que possuíam.
O país "demo-crático" nunca se interessou em saber o quanto de qualidade possuía numa mistura de povos, e a dura vida do campo cavoucado como enxada tirou o sustento e sobrevivência destas pessoas.
O tempo passou muitos bisnetos, netos, filhos, sobrinhos foram trabalhar nos países de seus antepassados, que foram destruídos por guerras sucessivas, mas conseguiram tornarem-se respeitáveis como países sérios, ao contrário desta grande terra, que linda por natureza, possuem planejamentos narcisistas de governantes, que jamais pensam em forjar um país realmente Grande, nunca incentivando as pessoas para que possam desenvolver e a tornar o lugar onde vivem em um lugar propício e aprazível para se viver, onde o extrativismo descontrolado e sem planejamento formam desertos irrecuperáveis na natureza e na alma. Nossa maior meta é criar gado e plantar a exigências do mercado externo, onde as terras são grandes latifúndios controlados por uma elite arcaica.
Muitos filhos e netos de imigrantes do passado fizeram o caminho inverso e emigraram pelos aeroportos, e quem sabe até alguns se aventuraram e fizeram o uso do meio de transporte de seus antepassados usando os navios, hoje grandes transatlânticos marítimos. No meio desta massa, que foram tentar outra vida na terra dos seus antepassados estavam os Furukawa, que levou de volta um sonho de conseguir uma vida melhor. A vida em terra estrangeira é dura, os costumes, a língua, enfim uma série de dificuldades, mas com esforço se ajudaram mutuamente e cresceram e fizeram o Japão crescer, mas o que queriam era fazer a terra onde viviam desenvolver-se, mas ela não lhes dava oportunidades, estava entregue as especulações capitalistas que também culminou repentinamente por uma falsa economia embasada em papéis bancários, nunca dinheiro justo do trabalho, mas um dinheiro especulativo fez o capitalismo falso ruir, e muitos tiveram que voltar para casa, onde sempre pensaram em ficar. Os frutos do trabalho lhes renderam uma vida mais estável, adquirindo bens para uma vida sustentável, uma casa, alguns carros, motos, de última geração da indústria automobilística estrangeiras foram adquiridas no Brasil, nunca um produto desenvolvido com tecnologia própria, mas equipados pelas montadoras em uma globalização de controle do trabalho e renda, uma real condição de subdesenvolvimento.
O país "bonito por natureza" recebia estes dólares suados deste povo, taxando-os com tributos gigantescos, embora a economia falsa do país sustentada pelo poder econômico e político, oferecia aquisição de bens com facilidades cambiais, os bancos ávidos ofereciam taxas de juros baixas para aquisição de bens e muitos caíram nesta teia que se apresentava como uma coisa vantajosa, mas que queria chamar para si o recurso trazido para as fronteiras internas. O banco é o símbolo do capitalismo, pois nada produz, mas como um agiota ganancioso manipula todo mercado financeiro, uma fonte lucrativa com o mínimo esforço, ou melhor nenhum, pois detém as rédeas do mercado, nunca corre riscos de produção mas toma para si boa parte dos dividendos.
Os jovens foram os mais susceptíveis aos interesses capitalistas, e adquiriram veículos de grande potência, impróprias as estradas brasileiras, regidas por leis onde o acidente de trânsito é condicionado a existência da culpa, mas sem intenção de matar!!!
Assim em um cruzamento encontraram-se dois jovens, com suas potências pessoais e também motorizadas, e colidiram-se, ceifando a vida no seu momento mais sublime, o da juventude. O automóvel, servindo-se de uma carapaça como os antigos cavaleiros medievais, lançou a motocicleta de meu amigo Ronie Cray Takeshi Almeida Furukawa no asfalto frio, onde todas as probabilidades de salvamento foram insuficientes, pois o corpo do jovem arrastou-se até atingir um obstáculo, precipitado em movimento pelo impacto.
Muitos falam um termo muito usado "fatalidade", conceito vago que esconde outros fatores, que muito debatem em acaloradas palestras, mas não encontram solução, para evitar que um jovem tire a vida de outro jovem!
Meu amigo, um coração enorme, sempre pronto a servir quem estivesse em dificuldades, foi embora. Deus o ampare em seus braços com festa no céu, que sei agora que há mais um inocente olhando por todos nesta terra inoportuna.
Seu sonho era ser disc jockey, transmitir alegria! Descanse em paz, ei, ei, ei, DJ Ronie Cray!!!